SUPERCALIFRAGILISTICEXPIALIDOCIOUS*
(ASCIM PalavrAção - Assessoria de Comunicação e Imprensa - por Ana Lúcia de Paulo Superchinski, colaboração: Sergius Ramos)
A companhia tem buscado experienciar e aprimorar alguns
conhecimentos de base que servirão de aporte nas próximas montagens deste ano. Nos
dias 7 e 8 de abril, Tadica Veiga ministrou uma Oficina de Técnica Vocal à Cia
PalavrAção com o intuito de despertar o cuidado com o trato vocal e a
importância dos exercícios vocais na preparação do ator. Começou com exercícios
básicos em que lembrou/ensinou a respirar usando o diafragma, articular vogais
e consoantes, a morder lápis e uvas para depois articular melhor. Sempre focada
na voz para o teatro, Tadica levou o grupo a direcionar a voz para o outro, a
paralelamente ler com objetos na boca para ver o quanto o outro entende, brincou
com o enrolar da língua e no seu destravamento, a calcular o tempo em que um
texto deve ser dito conforme uma marcação e a relacionar palavras de um texto
com gestos.
Num segundo momento, ela dirigiu o grupo de atores da companhia
no exercício de um pequeno "espetáculo", para que aprendessem um pouco mais sobre
distribuição de atores no palco, mesmo sem ver - enquanto recitavam uma
canção que, apesar de ter música, não era cantada. Para que o
"espetáculo" ficasse cenicamente limpo, com soluções de cena
aceitáveis, do jeito que a mestra queria, o grupo teve que integrar-se, trocar
sensações, ser cúmplice nas ações, ou seja, um teve que prestar atenção no
outro para saber qual era o seu lugar no conjunto, não sendo óbvio. Nesse
exercício de “direção de cena” ficou clara a importância do tempo vocal e da
prontidão corporal do ator e do grupo que trará a voz na hora certa, para que aconteça um espetáculo homogêneo e com cenas deslumbrantes.
Tadica falou também da preciosidade que é o teatro de
grupo, característica que a PalavrAção mantém há 20 anos, da necessidade de
entendimento e cumplicidade no trabalho cênico dentro do espaço do teatro e
mesmo fora dele, frisando a importância de o grupo conhecer-se e confiar no
trabalho do outro, o que resulta na verdade cênica. Mais que falar e ensinar
técnica vocal, frisou a necessidade de buscar sempre o olhar para a base e
repetir algumas coisas simples no preparo do ator, às vezes esquecidas.