domingo, 4 de junho de 2017

LILITH: Performances no Museu

Ana Superchinski para Assessoria de Comunicação e Imprensa-ASCIM PalavrAção


Fotos: Dan Schewantznider
Quarta-feira, dia 17 de maio, 19h. Hall do MUSA, o Museu de Arte da UFPR. Data, horário e local da criação do primeiro homem e da primeira mulher, com barro, como está escrito na Bíblia: Adão e... Lilith!
Foi nesse universo que mergulharam os atores performers Sabrina Marques e Nicolas Carvalho ao criarem e executarem a performance “Lilith”, cuja estreia foi nesse dia bem frio, nada convidativo para entrarem em cena só com as roupas íntimas e barro. Curiosamente, não foi essa a parte mais difícil: para ela, foi conseguirem o barro adequado; para ele, sentir a sensação de estar no mundo pela primeira vez, experimentando as coisas como se nunca houvesse feito isso. A respiração, que marcava os gestos e movimentos, também foi um desafio: inspirar em um e expirar em dois tempos.
Fotos: Dan Schewantznider
Fotos: Dan Schewantznider
Fotos: Dan Schewantznider

            Para quem não sabe, não foi Eva a primeira mulher de Adão, e sim Lilith, cuja história foi extirpada do Gênesis. Este casal teria sido criado ao mesmo tempo, em barro (Lilith não nasceu de uma costela de Adão), mas ela foi expulsa do Paraíso por começar a questionar certas atitudes e posições dele a respeito do relacionamento dos dois – ele tentava colocá-la numa posição mais submissa, e ela se recusava a acreditar-se inferior a ele, afinal eles eram feitos da mesma matéria. Fora do Éden, ela teve filhos do pecado: raiva, angústia, ódio, inveja. E mais tarde voltou como a serpente, para tentar Eva.
            A vontade de fazer partiu de Sabrina, porque a Palavração está incentivando seus integrantes a desenvolverem outros trabalhos, mais autorais, para serem apresentados independentemente da peça oficial do ano – a estreia foi na 15ª Semana dos Museus, que este ano teve como tema “Museus e histórias controversas: dizer o indizível em museus”. Nicolas já tinha experimentado performances antes de sua entrada este ano na Companhia. Veio de Sabrina a ideia para usarem barro, sujeira, relacionando primeiramente com a tragédia em Mariana, e depois com Lilith, sobre quem pesquisa há três, quatro anos.
            Para ela, falar de Lilith é contar a história da primeira mulher feminista, mas o objetivo não é levantar essa bandeira. É apenas destacar o raciocínio dessa mulher, que, num mundo que acabava de ser criado, já percebeu que homem e mulher são iguais. Ainda mais se levar em conta que, como essa história foi suprimida da Bíblia, não há como saber hoje exatamente contra o que Lilith se rebelou. Para Nicolas, foi prazeroso ver esta criação surgir do nada (o sentimento de Deus ao criar o mundo?), criação esta que lhe possibilitou brincar com a dominação masculina, que costuma ficar reprimida no seu dia-a-dia. 
            Agora a performance vai ser aprimorada para ser apresentada em festivais. Já tem presença garantida no Festival de Antonina deste ano.

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